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quinta-feira, 4 de junho de 2015

Andando sem rumo por Paris


       
          Andando sem rumo por Paris em busca de locais por mim desconhecidos, cheguei à Place Saint-Sulpice (construída na segunda metade do sec. XVIII ). Local visitado por tantos turistas que ali desfrutam de tanta beleza e imponência.Todavia naquelas imediações existem pequenas e grandes ruas que escondem "segredos" facilmente desvendados, basta um pouco de curiosidade.






          Nos tempos que morei em Paris,  assistia as missas e os concertos ( o órgão é enorme e lindo ) dominicais na igreja Saint Sulpice, mas sinceramente, não prestava  atenção nas particularidades daquele quartier. A Igreja é do seculo XII, possui duas torres diferentes, uma delas  inacabada No seu interior podemos ver obras de arte do seculo XVIII e XIX, possui um gnômon, isto é, uma coluna que marca a hora do dia no solo, duas obras de Eugène Delacroix que ficam numa capela lateral à direita da entrada,  e é considerada a segunda Igreja mais alta de Paris.
Não resta dúvida, é de uma suntuosidade extrema. Infelizmente esta precisando de uma reforma. Independente de alguns mistérios que a cercam, ela é maravilhosa


Interior do Centro de Finanças Publicas.

          Mas não é esse o meu propósito, não vim falar especificamente desta Igreja, mas dos seus arredores.
          Se você estiver de frente para a igreja, do lado direito tem um maravilhoso edifício que abriga atualmente um dos "Centre des Finances Publiques"( Rue Bonaparte esquina com Place Saint Sulpice). 





         
          O muro deste prédio que fica na Rue Bonaparte (direita), tem uma homenagem aos cidadãos mortos durante a II guerra (1939-1945), assim como aos militares e civis mortos pela França, na Indochina e Africa do Norte, e ainda uma placa específica aos moradores deste arrondissement que morreram na Africa entre 1952 e 1962 com seus respectivos nomes

   
   



          Essas homenagens espalhadas nos muros de Paris me encantam por sentir o quanto a França agradece e reconhece cada um que lutou e deu sua vida para protege-la, enfim foi um verdadeiro cidadão que amou seu pais acima de tudo.









       Mas o muro do prédio que da acesso a Rue de Ferou, ou seja, à esquerda, é simplesmente uma maravilha. Esta impresso todo o poema de Arthur Rimbaud - Le Bateau Ivre - me senti absolutamente completa com essa visão. Sem palavras ali fiquei um tempo entregue aos meus devaneios e imaginando que ali caminhou um dos meus poetas favoritos.








          Fiquei extasiada e como criança li o poema em voz alta. Demorei um pouco a entender, mas quando busquei na memoria o poema, percebi que estava escrito da direita para a esquerda... depois vi que ao lado do nome do poeta existe uma explicação para tal. Acredito ter passado um tempo enorme naquele local e imaginado que do outro lado da rua, num pequeno cafe, Rimbaud ainda com seus dezessete anos, em 1871, declamou pela primeira vez esse poema para seus amigos.

         Foi um dia especial. Parece que Paris é mesmo tudo aquilo que sonhamos e mais um pouco.

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